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Impactos da Pandemia na Economia Criativa e Retomada

 

Publicado em: 16/09/2022

Todos os setores são afetados pela pandemia, grandes eventos globais sempre mudam os rumos da economia e trazem à tona novas tendências. Foi assim após as revoluções industriais, as grandes navegações, as guerras mundiais e está sendo assim com a Covid-19. Embora muito se fale sobre os benefícios da aceleração tecnológica promovida por diversas empresas é preciso olhar para o ecossistema como um todo. Função muito bem desempenhada pela Fundação Getúlio Vargas no "Relatório sobre os Impactos Econômicos da Covid-19: Economia Criativa” que trouxe números bem interessantes referentes a Junho do ano passado, ao mesmo tempo em que alguns projetos como RS Criativo dão respostas positivas.

 

Vamos voltar um pouco no tempo, em 2019 dados da Firjan apontaram que a Economia Criativa gerava 837 mil vagas formais de emprego no Brasil. E em pesquisa realizada pelo DEE, no mesmo ano, constatou que 130 mil empregos no Estado do Rio Grande do Sul eram fornecidos pela Economia Criativa. Ultrapassando segmentos como o da indústria calçadista e automobilística no estado. Neste cenário pré-pandemia, surgiu o projeto RS Criativo. Todavia, como todos bem sabemos, bons planos requerem tempo e em Março de 2020 a Covid-19 se alastrou do Oiapoque ao Chuí. E em junho de 2020 enxergamos um estrago na nossa economia, criativa ou não.

 

Esperava-se, em 2020, um ano animador para a economia criativa. Todavia, dentre os entrevistados pela FGV, 50% alegaram que tiveram seus projetos por iniciar suspensos e 42% tiveram eles cancelados. Agora é importante ressaltar que a capacidade de endividamento de uma empresa é parte da sua vida, principalmente quando falamos de investimentos em novos empreendimentos e projetos. Criar dívidas toda a empresa cria, o problema é não pagar as dívidas. 40,8% das empresas entrevistadas alegaram ter dívidas em aberto e 20% delas estavam com seus compromissos em atraso. Mesmo assim as empresas seguiram a sua busca por crédito. Afinal 35,1% indicou que procurou por empréstimos, mas apenas 4,6% conseguiram a aprovação. O que não surpreende tanto, uma vez que a maioria das empresas de economia criativa são pequenas e médias.

 

E como quem leva um soco de um boxeador profissional a retomada do setor tende a ser lenta e motivada em um primeiro momento por consumo de tecnologia, streamings e games. Estima-se que a perda no setor em 2020 e 2021 chegue a 69,2 bilhões de reais. E nesses momentos é preciso ter planos para que o setor volte a crescer, tanto para a grande empresa como para o MEI.

 

No fim deste mês de Julho o programa RS Criativo, do governo gaúcho, completou 2 anos e capacitou 6 mil profissionais para atuarem na Economia Criativa com cursos gratuitos para diversas atuações no mercado de trabalho. Inclusive o escritor deste texto fez dois ou três cursos no programa. Hoje, apesar do encolhimento, a economia criativa representa 4% do PIB dos gaúchos. A coordenadora do programa, Carolina Biberg, ressalta: "Plantamos uma sementinha, e sua rega e cuidado rendem frutos diversos e importantes ao Rio Grande do Sul”, enquanto isso o Governador Eduardo Leite parece orgulhoso e promete que o RS Criativo seguirá recebendo incentivo e suporte.

 

Da mesma forma diversos editais a partir da Lei Aldir Blanc deram resultados para pequenas e médias empresas no Brasil todo. O processo de retomada é gradual e se dará através de diversas iniciativas de longo, médio e curto prazo. Todavia algumas previsões feitas pela FGV em 2020 já se concretizaram, houve um crescimento no setor de tecnologia, vivemos um verdadeiro boom do streamings e o consumo de games disparou como vimos em diversas outras matérias deste blog. A Economia Criativa respira e pega fôlego para correr nos próximos anos.

 

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