O Poder Da Representatividade Preta em Cifras

A Nielsen publicou um estudo chamado “Seeing and believing meeting Black audience demand for representation that matters” buscando colocar em números a importância econômica da representatividade preta na mídia e no sob demanda. Em um mundo onde o conteúdo generalista não tem mais a mesma eficiência de conversão em um funil de vendas a personalização das campanhas conquistou seu espaço e sua importância junto aos nichos. E dos segmentos mais importantes, nessa ótica, é a audiência preta que hoje representa um poder de compra de 1,57 trilhão de dólares e 1,06 trilhão de visualizações no streaming e na TV, além disso, dois a cada três espectadores pretos tendem a comprar de marcas que anunciam em conteúdos representativos.

Embora já haja alguma representatividade preta nas telas, a pesquisa destaca: “a representação é muito mais do que um jogo de números, a audiência preta está prestando atenção às histórias” em tradução livre. Equivaler os dados demográficos na tela não é o suficiente para o público, que sente falta do protagonismo nas narrativas, o que colabora para que 58% sinta que ainda não há representatividade suficiente nos conteúdos que entram em contato. Outro dado interessante é que a audiência preta gasta mais tempo diário em redes sociais que o resto da população. No TikTok são 51 minutos diários contra 42 minutos do restante, no Instagram são 29 contra 20, no Snapchat são 48 contra 24, no Twitter são 30 contra 19. Ficando atrás somente no Facebook, onde a população geral gasta 34 minutos e a audiência preta apenas 28 minutos.

A audiência preta tende a ser muito assertiva aos conteúdos “de preto para preto”, como os números da BET evidenciam, uma vez que realizando entretenimento nesses moldes conseguiu no aplicativo Triller um alcance 5 vezes maior que o alcance médio para adultos em geral. Quando as empresas anunciam em podcasts pretos a tendência é receber algum retorno de 73% dos ouvintes. Mesmo com esse retorno positivo da audiência preta, se formos olhar os números das séries dramáticas em televisões e streamings veremos que, no primeiro trimestre de 2021, apenas 27% dos roteiristas são pretos.

Olhando com mais atenção para todos esses números, podemos levantar algumas questões. A falta de programas com a devida representatividade preta, talvez torne esse público mais fiel ao entretenimento que possuem. O que se traduz em grandes taxas de conversões nos funis de vendas das empresas que estão investindo nesse nicho, todavia o aumento da concorrência pode gerar taxas de conversões menores e exigir representatividades mais complexas, mas estamos falando de um mercado de 1,57 trilhões e que vêm em uma trajetória ascendente. Hoje é o momento de investir nesse segmento e da maneira correta com sinceridade e profissionais pretos encabeçando processos